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Quem sou eu

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Gosto dos venenos mais lentos, das bebidas mais amargas, das drogas mais poderosas, das idéias mais insanas, dos pensamentos mais complexos, dos sentimentos mais fortes… tenho um apetite voraz e os delírios mais loucos. Você pode até me empurrar de um penhasco que eu vou dizer: - E daí? Eu adoro voar! Não me dêem fórmulas certas, por que eu não espero acertar sempre. Não me mostrem o que esperam de mim, por que vou seguir meu coração. Não me façam ser quem não sou. Não me convidem a ser igual, por que sinceramente sou diferente. Não sei amar pela metade. Não sei viver de mentira. Não sei voar de pés no chão. Sou sempre eu mesma, mas com certeza não serei a mesma pra sempre Clarice Lispector

domingo, 29 de novembro de 2009

Clarice

Sou como você me vê,

posso ser leve como uma brisa,
ou forte como uma ventania,
depende de quando,
e como você me vê passar.

sábado, 28 de novembro de 2009

Os ventos que as vezes tiram

algo que amamos, são os
mesmos que trazem algo que
aprendemos a amar...
Por isso não devemos chorar
pelo que nos foi tirado e sim,
aprender a amar o que nos foi
dado.Pois tudo aquilo que é
realmente nosso, nunca se vai
para sempre...

Bob Marley

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Definitivo

Definitivo, como tudo o que é simples.
 
Nossa dor não advém das coisas vividas,
 
mas das coisas que foram sonhadas e não se cumpriram.
 
Sofremos por quê? Porque automaticamente esquecemos
 
o que foi desfrutado e passamos a sofrer pelas nossas projeções
 
irrealizadas, por todas as cidades que gostaríamos de ter conhecido ao lado
 
do nosso amor e não conhecemos, por todos os filhos que gostaríamos de ter
 
tido junto e não tivemos,por todos os shows e livros e silêncios que
 
gostaríamos de ter compartilhado,
 
e não compartilhamos.
 
Por todos os beijos cancelados, pela eternidade.
 
Sofremos não porque nosso trabalho é desgastante e paga pouco, mas por todas
 
as horas livres que deixamos de ter para ir ao cinema, para conversar com um
 
amigo, para nadar, para namorar.
 
Sofremos não porque nossa mãe é impaciente conosco, mas por todos os
 
momentos em que poderíamos estar confidenciando a ela nossas mais profundas
 
angústias se ela estivesse interessada em nos compreender.
 
Sofremos não porque nosso time perdeu, mas pela euforia sufocada.
 
Sofremos não porque envelhecemos, mas porque o futuro está sendo
 
confiscado de nós, impedindo assim que mil aventuras nos aconteçam,
 
todas aquelas com as quais sonhamos e nunca chegamos a experimentar.
 
Por que sofremos tanto por amor?
 
O certo seria a gente não sofrer, apenas agradecer por termos conhecido uma
 
pessoa tão bacana, que gerou em nós um sentimento intenso e que nos fez
 
companhia por um tempo razoável,um tempo feliz.
 
Como aliviar a dor do que não foi vivido? A resposta é simples como um
 
verso:
 
Se iludindo menos e vivendo mais!!!
 
A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida
 
está no amor que não damos, nas forças que não usamos,
 
na prudência egoísta que nada arrisca, e que, esquivando-se do
 
sofrimento,perdemos também a felicidade.
 
A dor é inevitável.
 
O sofrimento é opcional...

Carlos Drumond de Andrade

domingo, 15 de novembro de 2009

........................RIFA-SE UM CORAÇÃO..................

Rifa-se um coração 
Rifa-se um coração quase novo.
Um coração idealista.
Um coração como poucos.
Um coração à moda antiga.
Um coração moleque que insiste
em pregar peças no seu usuário.
Rifa-se um coração que na realidade está um
pouco usado, meio calejado, muito machucado
e que teima em alimentar sonhos e, cultivar ilusões.
Um pouco inconseqüente que nunca desiste
de acreditar nas pessoas.
Um leviano e precipitado coração
que acha que Tim Maia
estava certo quando escreveu...
"...não quero dinheiro, eu quero amor sincero,
é isso que eu espero...".
Um idealista...Um verdadeiro sonhador...
Rifa-se um coração que nunca aprende.
Que não endurece, e mantém sempre viva a
esperança de ser feliz, sendo simples e natural.
Um coração insensato que comanda o racional
sendo louco o suficiente para se apaixonar.
Um furioso suicida que vive procurando
relações e emoções verdadeiras.
Rifa-se um coração que insiste em cometer
sempre os mesmos erros.
Esse coração que erra, briga, se expõe.
Perde o juízo por completo em nome
de causas e paixões.
Sai do sério e, às vezes revê suas posições
arrependido de palavras e gestos.
Este coração tantas vezes incompreendido.
Tantas vezes provocado.
Tantas vezes impulsivo.
Rifa-se este desequilibrado emocional
 
que abre sorrisos tão largos que quase dá
 
pra engolir as orelhas, mas que
 
também arranca lágrimas
e faz murchar o rosto.
Um coração para ser alugado,
ou mesmo utilizado
por quem gosta de emoções fortes.
Um órgão abestado indicado apenas para
quem quer viver intensamente
contra indicado para os que apenas pretendem
passar pela vida matando o tempo,
defendendo-se das emoções.
Rifa-se um coração tão inocente
que se mostra sem armaduras
e deixa louco o seu usuário.
Um coração que quando parar de bater
ouvirá o seu usuário dizer
para São Pedro na hora da prestação de contas:
"O Senhor pode conferir. Eu fiz tudo certo,
só errei quando coloquei sentimento.
Só fiz bobagens e me dei mal
quando ouvi este louco coração de criança
que insiste em não endurecer e,
 
se recusa a envelhecer"
 
Rifa-se um coração, ou mesmo troca-se por
outro que tenha um pouco mais de juízo.
Um órgão mais fiel ao seu usuário.
Um amigo do peito que não maltrate
tanto o ser que o abriga.
Um coração que não seja tão inconseqüente.
Rifa-se um coração cego, surdo e mudo,
mas que incomoda um bocado.
Um verdadeiro caçador de aventuras que ainda
não foi adotado, provavelmente, por se recusar
a cultivar ares selvagens ou racionais,
por não querer perder o estilo.
Oferece-se um coração vadio,
sem raça, sem pedigree.
Um simples coração humano.
Um impulsivo membro de comportamento
até meio ultrapassado.
Um modelo cheio de defeitos que,
mesmo estando fora do mercado,
faz questão de não se modernizar,
mas vez por outra,
constrange o corpo que o domina.
Um velho coração que convence
seu usuário a publicar seus segredos
e a ter a petulância de se aventurar como poeta

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Grandes Patrimônios


 GRANDES PATRIMÔNIOS ”
- Do País da Luz -

“ A inteligência, a razão e a vontade,
precisamente impulsionadas, formando um todo homogêneo,
constituem uma força sem igual.

Uma inteligência lúcida e uma razão justa
hão de produzir uma vontade inabalável;
e uma vontade inabalável,
servindo uma inteligência lúcida e uma razão justa,
consegue tudo que é possível conseguir-se
na situação em que cada indivíduo se encontre.

Tem, pois, o homem, necessidade de
apurar e educar a sua inteligência,
a sua razão e a sua vontade,
como quem valoriza o mais rico
patrimônio, indispensável à Vida. ”

( Eça de Queirós  - 1845 / 1900 )

domingo, 8 de novembro de 2009

Eça de Queiroz.

...tinha suspirado, tinha beijado o papel devotamente! Era a primeira vez que lhe escreviam aquelas sentimentalidades, e o seu orgulho dilatava-se ao calor amoroso que saía delas, como um corpo ressequido que se estira num banho tépido; sentia um acréscimo de estima por si mesma, e parecia-lhe que entrava enfim numa existência superiormente interessante, onde cada hora tinha o seu encanto diferente, cada passo condizia a um êxtase, e a alma se cobria de um luxo radioso de sensações!

Ergueu-se de um salto, passou rapidamente um roupão, veio levantar os transparentes da janela... Que linda manhã! Era um daqueles dias do fim de agosto em que o estio faz uma pausa; há prematuramente, no calor e na luz, uma certa tranqüilidade outonal; o sol cai largo, resplandecente, mas pousa de leve; o ar não tem o embaciado canicular, e o azul muito alto reluz com uma nitidez lavada; respira-se mais livremente; e já se não vê na gente que passa o abatimento mole da calma enfraquecedora. Veio-lhe uma alegria: sentia-se ligeira, tinha dormido a noite de um sono são, contínuo, e todas as agitações, as impaciências dos dias passados pareciam ter-se dissipado naquele repouso. Foi-se ver ao espelho"

Eça de Queiroz, O Primo Basílio